Quando
o grande escritor paranaense Dalton
Trevisan escreveu uma de suas obras mais conhecidas nunca poderia
imaginar que a capa desse livro fosse se transformar em personagem da vida real. Pois foi de
Maringá – a cidade canção – (vejam a ironia!) que surgiu o VAMPIRO DE CURITIBA em
carne e osso.
Vestindo
uma camisa negra, talvez no intuito de imitar, ainda que inconscientemente, o “
Duce” do fascismo italiano, ele apareceu
abruptamente no cenário de nosso país
como um anjo exterminador da corrupção, distribuindo justiça a torto e a
direito. Certas platéias deliram e fazem soar o ronco sinistro e aparentemente assustador das caçarolas dos que
já jantaram – e bem jantados, com a graça do
bom Deus.
Mas,
como diz o ditado popular, vamos devagar com o andor que o santo é de barro.
Nos organogramas do primeiro grau da magistratura tupiniquim não há lugar para vampiros, seres superiores
do filme de terror em que a burguesia quer transformar a realidade brasileira. Os quadradinhos que aparecem na primeira instância de nossa Justiça são para seres de menor
envergadura, tipo morcegos xipófagos. Eles são bem menores mas transmitem duas
doenças muito perigosas: a raiva e o medo.
Abro um
parêntesis e peço licença para retificar uma
expressão que usei acima. Este morcego do qual estamos falando,
contaminado pela raiva que ele mesmo produz,
ficou com visão monocular. O seu olho direito já não consegue ver mais
nada. Então só distribui pauladas pelo
lado que ele vê torto; o que vem do outro lado, da direita velha de guerra, ele
esconde no fundo sujo de uma gaveta da memória estilhaçada por sua própria
conspiração.
Além
disso, como dizia o saudoso Barão de Itararé: “Há algo mais no ar além dos
aviões de carreira” No enredo deste “samba do crioulo doido” (música do imortal Stanislaw Ponte Preta) a melodia não
harmoniza com a música. Há algo errado aqui.
Será
que um juiz de primeira instância, sozinho,
conseguiria movimentar essa gigantesca engrenagem, que vai da Polícia
Federal e do Ministério Público até os sacrossantos sigilos fiscais da Suiça e dos Estados Unidos? O prestigiado
jornalista Luis Nassif acha que é o Procurar Geral da República Rodrigo Janot
quem estaria por traz de tudo isso. Acho que ele pode ter razão, mas apenas em
parte. Que há um Golpe de Estado em andamento até a velhinha de Taubaté e Dona
Wanda já se deram conta. Mas estruturar
um Golpe de Estado não é obra para um homem só. Nem Dois. Requer a montagem de
um Estado Maior. É o que vou tentar abordar na próxima matéria, se “me sobrar
engenho e arte”, como dizia Camões.
Diógenes Oliveira
Nenhum comentário:
Postar um comentário