UM PERSONAGEM
SINISTRO
Um Golpe de Estado pode vir
disfarçado das mais diversas formas, como relatarei na matéria seguinte, onde abordarei
os 4 golpes que presenciei e mais o da Venezuela, onde eu não estava presente
mas cheguei logo depois. Cabe a nós delinear o perfil daquele que se desenrola
atualmente aqui e explicá-lo didaticamente ao povo Mas também temos que
decodificar as lideranças do golpe, que podem estar ocultas no início do
processo, ou terem que ser substituídas no decorrer dos acontecimentos. Foi o
que aconteceu na quartelada de 1964. Quem saiu à frente das primeiras tropas
golpistas em Juiz de Fora foi o General Mourão Filho. Mas teve que ser
substituído às pressas quando, já na primeira entrevista à imprensa, declarou que não entendia nada de política,
que nessa matéria era uma vaca fardada (sic!). Botaram no seu lugar um general
com a alcunha de “Sem Pescoço”, que depois se soube ter o nome de Castelo
Branco.
No nosso caso concreto, na
conjuntura atual, já ventilamos duas possibilidades de comando ou liderança por
parte da direita assassina, mas foram
logo descartadas. A primeira é o juiz Moro, desqualificado por sua
insignificância de magistrado (?) de primeiro grau. Apesar deste golpe ter
fortes componentes de judicialização, as hierarquias judiciárias jamais permitiriam que alguém advindo da primeira instância passasse por
cima de Desembargadores e Ministros para se arvorar como líder principal de
uma ruptura constitucional disfarçada,
apesar da idolatria de seus seguidores. A segunda possibilidade seria a Polícia
Federal que, com sua atividade febril, aparece com muita visibilidade aos olhos
do grande público. Mas esta, além de comprada como está, na demonstração cabal
do jornalista Mino Carta, também é subordinada ao Protocolo dos Sábios do Reino
do Pau Mandado, e não tem autonomia para nada.
De maneiras que voltamos à estaca
zero e continuamos à procura de um nome ou entidade que possa liderar o
processo de estupro de nossa Constituição.
Uma criatura sinistra que tem se
destacado bastante é a do Capitão do Mato – o Ministro Gilmar Mendes. Ele se
manifesta fora dos autos dos processos, prolata sentenças antecipadas, de
maneira verbal, adquiriu o cacoete do Moro, de só bater pela esquerda, e tudo
indica que se reúne com os principais líderes da oposição para organizar o “day
after” da Presidenta que eles querem defenestrar. Mas, meu Deus do céu,
exclamarão alguns eventuais leitores, será que um membro da Suprema Corte está
estuprando a Constituição? Será que ele quer colocar a bandeira brasileira,
emporcalhada por ele e seus seguidores batedores de caçarolas, como mortalha
sobre o cadáver da democracia brasileira? Se for assim, temos que lembrar o imortal poeta Castro Alves, na sua luta
épica contra a escravidão, e cantar bem
alto com ele:
AURIVERDE PENDÃO DA MINHA TERRA/QUE A BRISA DO BRASIL BEIJA E
BALANÇA.../ESTANDARTE QUE À LUZ DO SOL ENCERRA/AS PROMESSAS DIVINAS DA
ESPERANÇA!/TU QUE NA LIBERDADE, APÓS A GUERRA,/FOSTE HASTEADA DOS HERÓIS NA
LANÇA/ ANTES TE HOUVESSEM ROTO NA
BATALHA/QUE SERVIRES A UM POVO DE MORTALHA!
Portanto, tome cuidado, Dr. Gilmar.
O caminho que levou a Companheira Dilma Roussef à Presidência da República está
regado com o sangue de muitos mártires, que deram suas vidas por esta
democracia (ainda que imperfeita) e os patriotas deste país não vão permitir
que o Senhor desvie com suas suas garras
peçonhentas os rumos de nossa liberdade.
Quanto a esses atores de ópera
bufa, tipo Caiados e Bolsonaros, acho que também não é por ai que a
direita terrorista e assassina vai estruturar suas lideranças. Mas
voltaremos ao tema, para elucidar de vez este assunto.
Porto Alegre, mar de
2016-03-26 Diógenes
Oliveira
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