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sábado, 26 de março de 2016

UM PERSONAGEM SINISTRO

UM PERSONAGEM SINISTRO

             Um Golpe de Estado pode vir disfarçado das mais diversas formas, como relatarei na matéria seguinte, onde abordarei os 4 golpes que presenciei e mais o da Venezuela, onde eu não estava presente mas cheguei logo depois. Cabe a nós delinear o perfil daquele que se desenrola atualmente  aqui e explicá-lo  didaticamente ao povo Mas também temos que decodificar as lideranças do golpe, que podem estar ocultas no início do processo, ou terem que ser substituídas no decorrer dos acontecimentos. Foi o que aconteceu na quartelada de 1964. Quem saiu à frente das primeiras tropas golpistas em Juiz de Fora foi o General Mourão Filho. Mas teve que ser substituído às pressas quando, já na primeira entrevista à imprensa,  declarou que não entendia nada de política, que nessa matéria era uma vaca fardada (sic!). Botaram no seu lugar um general com a alcunha de “Sem Pescoço”, que depois se soube ter o nome de Castelo Branco.
             No nosso caso concreto, na conjuntura atual, já ventilamos duas possibilidades de comando ou liderança por parte da direita assassina, mas  foram logo descartadas. A primeira é o  juiz  Moro, desqualificado   por sua insignificância de magistrado (?) de primeiro grau. Apesar deste golpe ter fortes componentes de judicialização, as hierarquias judiciárias  jamais permitiriam que alguém  advindo da primeira instância passasse por cima de Desembargadores e Ministros para se arvorar como líder principal de uma  ruptura constitucional disfarçada, apesar da idolatria de seus seguidores. A segunda possibilidade seria a Polícia Federal que, com sua atividade febril, aparece com muita visibilidade aos olhos do grande público. Mas esta, além de comprada como está, na demonstração cabal do jornalista Mino Carta, também é subordinada ao Protocolo dos Sábios do Reino do Pau Mandado, e não tem autonomia para nada.
             De maneiras que voltamos à estaca zero e continuamos à procura de um nome ou entidade que possa liderar o processo de  estupro de  nossa Constituição.
             Uma criatura sinistra que tem se destacado bastante é a do Capitão do Mato – o Ministro Gilmar Mendes. Ele se manifesta fora dos autos dos processos, prolata sentenças antecipadas, de maneira verbal, adquiriu o cacoete do Moro, de só bater pela esquerda, e tudo indica que se reúne com os principais líderes da oposição para organizar o “day after” da Presidenta que eles querem defenestrar. Mas, meu Deus do céu, exclamarão alguns eventuais leitores, será que um membro da Suprema Corte está estuprando a Constituição? Será que ele quer colocar a bandeira brasileira, emporcalhada por ele e seus seguidores batedores de caçarolas, como mortalha sobre o cadáver da democracia brasileira? Se for assim, temos que lembrar  o imortal poeta Castro Alves, na sua luta épica contra a escravidão, e cantar  bem alto com ele:
AURIVERDE PENDÃO DA MINHA TERRA/QUE A BRISA DO BRASIL BEIJA E BALANÇA.../ESTANDARTE QUE À LUZ DO SOL ENCERRA/AS PROMESSAS DIVINAS DA ESPERANÇA!/TU QUE NA LIBERDADE, APÓS A GUERRA,/FOSTE HASTEADA DOS HERÓIS NA LANÇA/ ANTES TE  HOUVESSEM ROTO NA BATALHA/QUE SERVIRES A UM POVO DE MORTALHA!
             Portanto, tome cuidado, Dr. Gilmar. O caminho que levou a Companheira Dilma Roussef à Presidência da República está regado com o sangue de muitos mártires, que deram suas vidas por esta democracia (ainda que imperfeita) e os patriotas deste país não vão permitir que o Senhor desvie com suas  suas garras peçonhentas os rumos de nossa liberdade.
             Quanto a esses atores de ópera bufa, tipo Caiados e Bolsonaros, acho que também não é por ai que  a  direita terrorista e assassina vai estruturar suas lideranças. Mas voltaremos ao tema, para elucidar de vez este assunto.

Porto Alegre, mar de 2016-03-26                                         Diógenes Oliveira

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