50 anos de minha vinda definitiva para Foz. resumo da ópera
Está completando hoje 50 anos, que cheguei em Foz para ficar. Antes, eu
tinha vindo outras duas vezes para conhecer a região e fazer contatos. Vim do
Rio de Janeiro para organizar a resistência à ditadura no campo.
Desci na rodoviária velha, que ficava na Avenida Brasil, ao lado de onde
está hoje a agência da Caixa Econômica, e fiquei um tempo hospedado(ou guardado?)
nos fundos da Padaria Progresso, do companheiro Rodolfo Mongelos. Mais tarde
fui pra casa do César Cabral, no Trevo do Boici.
Em abril de 1969 fui preso, e em 1971 libertado na ação que trocou o embaixador
da Suíça por 70 presos políticos. Dai veio o exílio, a luta clandestina contra
a ditadura e o retorno à vida legal em
1979.
Quando a anistia foi promulgada, eu estava no Rio de Janeiro, e de lá telefonei pra minha
mulher que morava em Foz do Iguaçu. Pedi pra ela se encontrar comigo no Rio,
pois lá era meu chão, onde ia acontecer a grande virada, a construção de um Brasil
democrático e socialmente justo. Eunice, que estava saindo de uma sobrevivência
clandestina, não vacilou e disse de bate pronto: "Venha você pra cá. Você
escolhe entre sua família ou sua revolução".
Então, voltei para ficar com Eunice e meus três filhos, dois nascidos na
vida clandestina. Vim, e aqui segui minha caminhada de luta, militando na Comissão Justiça
e Paz e editando com Juvêncio, Adelino e Jessé, o jornal Nosso Tempo.
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