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quarta-feira, 6 de maio de 2020

O rigoroso segredo de uma operação clandestina nos anos de chumbo

Em junho de 1972, sai clandestino do Chile para retornar à luta contra a ditadura. 
Eu havia chegado um ano antes, banido do Brasil apos ser trocado, junto com outros 69 combatentes, pelo Embaixador da Suíça.
Meu saída do Chile e retorno foi uma operação meticulosa, feita no mais rigoroso segredo.
Por razão de segurança, nenhuma das instâncias de minha organização tinha conhecimento de que eu estava voltando para organizar infraestrutura para o retorno de outros companheiros. Nessa operação contei apenas com David Acebey Delgadillo, um quadro cedido pela Frente Erp e ELN da Bolívia, que me acompanhou em todo o trajeto.    
Quem me preparou para sair foi a companheira Sara Astica, do setor de inteligencia do Movimiento de Isquierda Revolucionaria - MIR. Ela e sua equipe mudaram meu rosto, jeito de andar e forneceram documento com outro nome. Apenas trocaram a foto.
Sara, era atriz do teatro chileno e também da TV Nacional. Foi mais do que uma companheira de luta, foi minha amiga e guardou a sete chaves o meu retorno.

Segurou a informação e ninguém do MIR e de minha organização - VPR, tomou conhecimento de meus passos.
Com o golpe no Chile, em 1973, Sara Astica foi presa, torturada e anos depois exilou-se na Costa Rica, onde morreu. (Aluízio Palmar)




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