Aconteceu no Colégio Fidelense, em 1960, no meu último ano do curso ginasial. Eu vinha mal em matemática e com uma média que inevitavelmente ia me levar para a temível segunda época.
Bateu em mim um baita pânico, em casa as malas estavam
prontas, mudança quase em cima do caminhão. Papai já havia alugado a casa da
Vila Nova e vendido o estoque do armazém.
A mudança pra São Gonçalo estava com dia e hora marcada.
Foi então, que pra garantir nota na prova final de matemática,
eu preparei um monte de colas. Na hora da prova, tirei os papeizinhos do bolso
e coloquei debaixo da tampa da carteira, mas o medo de ser pego em flagrante
era tão grande, que acabei não usando a cola. Fui o ultimo a entregar a prova e
sai disparado pra casa.
No dia seguinte, fui chamado na sala da diretoria. Pensei que
seria cobrança da mensalidade, mas quando entrei, dei de cara com o “Estado
Maior” do Colégio.
- Palmar, você esqueceu de levar as colas, disse o professor
Edil, mostrando os papeizinhos colocados em cima da mesa.
Eu assumi o mal feito e disse que não havia usado as colas.
Neguei de pé junto ter colado. Eles não acreditaram e disseram que eu teria de fazer
prova oral. E ali mesmo, na sala da diretoria aplicaram a prova.
A emenda foi melhor que o soneto, e o resultado foi um notão,
que me deu uma média de 5,8. Recebi então o cobiçado canudo, que garantiu minha
matricula no Liceu Nilo Peçanha, em Niterói
Nenhum comentário:
Postar um comentário