Há sinais de que setores do governo estão êincomodados com as novas
regras de transparência.Essa atitude
refratária de políticos e agentes públicos arrependidos com a vigência da LAI
não é uma novidade brasileira.Em vários países que adotam a norma sempre há
reticência no período de implantação.Nos EUA, cuja lei é de 1966, o acesso a
dados públicos começou para valer só após adaptações feitas pelo Congresso em
1974.Ainda hoje, sobretudo depois do 11 de Setembro, muitas informações seguem
difíceis de se obter.No Reino Unido, a lei foi aprovada em 1999 e teve sua
vigência adiada por cinco anos pelo então primeiro-ministro Tony Blair.Não foi
o suficiente para que vários dados causassem desconfortos.Nas suas memórias
publicadas em 2010 ("Uma jornada", editora Benvirá), Blair lamenta
ter sido promotor da transparência."Acesso à informação. Três palavras
inofensivas. Eu olho para essas palavras enquanto as escrevo e eu tenho vontade
de balançar minha cabeça até que ela caia. Seu idiota. Seu ingênuo, tolo e
irresponsável ignorante. Não há realmente descrição para essa estupidez."
Por causa da lei, Blair teve reveladas posições ambíguas quando precisava
demonstrar apoio à invasão dos EUA ao Iraque. Publicado no caderno ‘Poder’, da
Folha.
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