Novas luzes sobre o caso de Estanislau Kokojiski, surgiram depois que eu publiquei um texto sobre sua luta para conseguir o reconhecimento da Comissão de Anistia.
Entre todos os comentários e sugestões, ressalto o envio
pelo amigo Elson Matias, de um exemplar do jornal Correio do Paraná, que traz na
capa a invasão do Sindicato dos Produtores Autônomos de Cascavel, em 18 de
fevereiro de 1964.
A reportagem, publicada na página 5 do jornal
curitibano com o título “Clima de Violência em Cascavel: Polícia Invade Sindicato
Rural”, Estanislau Kokojisk, denuncia a invasão a invasão do Sindicato pela
Militar, a mando de Fouad Nacli, conhecido grileiro e chefe de jagunços na
Região Oeste do Paraná.
A ato de violência, acontecido quarenta dias antes do
golpe militar de 1ºde abril, teve grande repercussão e Estanislau Kokojiski,
denunciou o grileiro e chefe político Fuad Nacli, como o responsável pelo
desaparecimento dos documentos que provavam a usucapião de 169 posseiros que reivindicavam
a posse definitiva da terra.
Poucos dias
após o golpe, a mesma polícia que invadiu o Sindicato Rural a mando de Fouad
Nacl, prendeu Estanislau e o submeteu a torturas na Delegacia de Polícia de
Cascavel.
Foram quase três anos de prisão, sem direito a
advogado e julgamento. A esposa, ameaçada de morte pela polícia e jagunços de
Fuad Nacli, teve um derrame e a filha foi internada em um hospital
psiquiátrico.
Estanislau vendeu o sítio para pagar as despesas
médicas da esposa e filha e foi morar em Foz do Iguaçu.
Fuad Nacli foi eleito deputado estadual pela Arena,
partido de sustentação da ditadura militar, e cinco anos após ter mandado
prender Estanislau Kokojiski, mandou prender Isabel Fávero, seu marido, irmão e
alguns agricultores. Todos foram acusados de serem comunistas. Isabel era
professora numa escola rural e seus alunos filhos de trabalhadores da fazenda
de Fuad Nacli, em Nova Aurora, Paraná.
Isabel, seus familiares e os agricultores foram
torturados no Batalhão de Fronteira de Foz do Iguaçu e ela perdeu o filho num
aborto provocado pelas torturas.
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