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terça-feira, 5 de janeiro de 2021

ESTANISLAU, PRESO E TORTURADO , POR ORDEM DE LATIFUNDIÁRIO

 Novas luzes sobre o caso de  Estanislau Kokojiski, surgiram depois que eu publiquei um texto sobre sua luta para conseguir o reconhecimento da Comissão de Anistia.

Entre todos os comentários e sugestões, ressalto o envio pelo amigo Elson Matias, de um exemplar do jornal Correio do Paraná, que traz na capa a invasão do Sindicato dos Produtores Autônomos de Cascavel, em 18 de fevereiro de 1964. 

A reportagem, publicada na página 5 do jornal curitibano com o título “Clima de Violência em Cascavel: Polícia Invade Sindicato Rural”, Estanislau Kokojisk, denuncia a invasão a invasão do Sindicato pela Militar, a mando de Fouad Nacli, conhecido grileiro e chefe de jagunços na Região Oeste do Paraná.

A ato de violência, acontecido quarenta dias antes do golpe militar de 1ºde abril, teve grande repercussão e Estanislau Kokojiski, denunciou o grileiro e chefe político Fuad Nacli, como o responsável pelo desaparecimento dos documentos que provavam a usucapião de 169 posseiros que reivindicavam a posse definitiva da terra.   

Poucos dias após o golpe, a mesma polícia que invadiu o Sindicato Rural a mando de Fouad Nacl, prendeu Estanislau e o submeteu a torturas na Delegacia de Polícia de Cascavel.

Foram quase três anos de prisão, sem direito a advogado e julgamento. A esposa, ameaçada de morte pela polícia e jagunços de Fuad Nacli, teve um derrame e a filha foi internada em um hospital psiquiátrico.

Estanislau vendeu o sítio para pagar as despesas médicas da esposa e filha e foi morar em Foz do Iguaçu.

Fuad Nacli foi eleito deputado estadual pela Arena, partido de sustentação da ditadura militar, e cinco anos após ter mandado prender Estanislau Kokojiski, mandou prender Isabel Fávero, seu marido, irmão e alguns agricultores. Todos foram acusados de serem comunistas. Isabel era professora numa escola rural e seus alunos filhos de trabalhadores da fazenda de Fuad Nacli, em Nova Aurora, Paraná.                                                                                                                    Isabel, seus familiares e os agricultores foram torturados no Batalhão de Fronteira de Foz do Iguaçu e ela perdeu o filho num aborto  provocado pelas torturas.

Fuad Nacli continuou tendo o mando político na Região Oeste e seu filho foi nomeado diretor da Itaipu.

 

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