Dados fazem parte de relatório a ser divulgado nos próximos dias.Para órgão, sequestros são 'imprescritíveis e insuscetíveis de anistia'.
O Ministério Público Federal investiga cerca de 170 casos de violação de
direitos humanos durante o regime militar no Brasil (1964-1985). Dessas
apurações, quatro já viraram processos que estão em andamento e novas denúncias
devem ser enviadas pelo MP à Justiça nos próximos meses.
Os dados fazem parte do relatório "Crimes da Ditadura",
apresentado no mês passado em seminário da Corte Interamericana de Direitos
Humanos, ligada à Organização dos Estados Americanos (OEA). O documento de 128
páginas deve ser divulgado oficialmente pelo MPF nos próximos dias.
O relatório foi feito com base em investigações do Grupo de Trabalho
Justiça de Transição (GTJT), criado em novembro de 2011 pelo MP e formado por
procuradores da República de diversas cidades do país, como Rio de Janeiro, São
Paulo, Santos (SP), Uruguaiana (RS), Marabá (PA) e Petrolina (PE).
As investigações realizadas pelos procuradores apuram crimes de
homicídio, tratado também como execução sumária, sequestro, chamado de
desaparecimento forçado, ocultação de cadáver e lesão corporal ou tortura – a
maioria dos casos se refere a sequestro e ocultação de corpos.
Os crimes de sequestro cometidos no contexto de um ataque sistemático e
generalizado a uma população civil, objeto das ações penais ajuizadas pelo MPF,
são imprescritíveis e insuscetíveis de anistia, por força de sua qualificação
como crimes contra a humanidade"
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