Seu
nome completo é ERNESTO GUEVARA DE LA SERNA. O apelido “Tche” foi dado a
ele pelos cubanos, por causa de seu sotaque argentino. Significa amigo, na língua guarani. Nasceu em 14 de junho de 1928
na cidade de Rosário e foi assassinado na Bolívia em 1967.
Sendo a Argentina uma ex- colônia
espanhola, a descendência é estabelecida pela linhagem materna; assim, o
sobrenome da mãe vem em último lugar. O
“de La Serna” é o sobrenome da mãe do Che, dona Célia.
Ele foi concebido em Caraguatay,
distrito de Montecarlo, Província de Misiones, mais ou menos a 1.500 kms. da
Capital Federal, no meio de uma floresta muito densa. Naquela época não havia estradas. A mãe, que queria ter o
filho em Buenos Aires, quando sentiu que o dia do parto se aproximava, começou
a descer o Rio Paraná numa chalana mas ao chegar em frente à cidade de Rosário
a bolsa arrebentou. Então ela desembarcou às pressas e o Che nasceu
acidentalmente nessa cidade. No entanto, logo depois da quarentena, voltaram
para Caraguatay, que é o lugar que estamos visitando hoje (dia 23 de março de
2014).
Entre os 3 e os 4 anos de idade os
pais se deram conta que o menino era portador de asma congênita severa. A
floresta tropical, onde predominava a planta da erva mate, provocava-lhe crises
fortíssimas de asma. Por isso a família mudou-se para Alta Gracia, uma cidade
nas “sierras chicas”, nas cercanias de Córdoba, onde o Che passou o resto de
sua infância e adolescência. Há aí um museu muito completo dele, mandado
construir pelos Comandantes Fidel Castro e Hugo Chaves.
Antes de engajar-se definitivamente na
Revolução Cubana Che fez duas viagens pela América Latina. A primeira foi com
seu amigo CALICA, cujo nome verdadeiro era Carlos Ferrer. Conta Calica que ao
sair da Argentina e entrar na Bolívia
Che teve um violento ataque de asma, com convulsões indescritíveis.
Antes que achassem a bombinha com o bronco dilatador parece que ele ia morrer
ali mesmo.
A segunda viagem ele fez de
motocicleta com seu amigo Alberto Granado. Andaram 8.000 kms. por todos os
países andinos. Ao sair da Guatemala para o México ele conheceu Raul, irmão de
Fidel Castro. Dizem que depois de uma conversa de 12 horas aderiu ao grupo que
se preparava para invadir Cuba.
Che nunca tinha militado em nenhum
partido político. Mas levava sempre na mochila muitos livros de história,
filosofia e doutrina marxista. Já nas viagens e até poucas horas antes de
morrer sempre manteve um diário, que atualizava todos os dias. Em Cuba foi o
primeiro Comandante nomeado por Fidel.
Além da decisiva batalha de Santa Clara, onde conseguiu parar e destruir um
trem blindado do governo, demonstrou seu gênio militar em dezenas de combates na
Província de Camaguey . Antes de vir para o seu último combate na Bolívia ainda lutou durante dois anos pela libertação
da República Popular do Congo, na África.
Ao visitarmos “El hogar misionero Del
Tchê” ( o lar missioneiro do Che) convém relembrar os versos do cantor
venezuelano Alí Primera: “OS QUER MORREM PELA VIDA/NÃO PODEM CHAMAR-SE MORTOS/E
A PARTIR DESTE MOMENTO/É PROIBIDO CHORÁ-LOS!!!”
Não subiu ao Calvário mas seu
sofrimento antes da morte foi tremendo. Dizem que o bronco dilatador havia acabado e, tendo destroçado as botas, as solas de seus pés
estavam em carne viva. Também não fez o Sermão da Montanha, mas nos deixou
algumas frases memoráveis, que queremos recordar agora:
“Boa parte da juventude
revolucionária atual quer ir lutar no
Vie-Nam, esse pequeno país que está derrotando o império norteamericano; mas eu
penso que o nosso lugar é aqui. Temos que criar um, dois, três, muitos
Viet-Nams.”
“Há que endurecer-se,
mas sem jamais perder a ternura.”
“O verdadeiro
revolucionário é movido por grandes sentimentos de amor.”
“Se você é capaz de
tremer de indignação a cada vez que se comete uma injustiça, então somos
companheiros.”
ATÉ A VITÓRIA, SEMPRE!!!
CARAGUATAY, 23 DE MARÇO DE 2014-03-18 Diógenes Oliveira
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