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segunda-feira, 1 de maio de 2017

ALGUMAS NOTAS SOBRE CHE GUEVARA

Seu  nome completo é ERNESTO GUEVARA DE LA SERNA. O apelido “Tche” foi dado a ele pelos cubanos, por causa de seu sotaque argentino. Significa amigo,  na língua guarani. Nasceu em 14 de junho de 1928 na cidade de Rosário e foi assassinado na Bolívia em 1967.
Sendo a Argentina uma ex- colônia espanhola, a descendência é estabelecida pela linhagem materna; assim, o sobrenome da mãe vem em último lugar.  O “de La Serna” é o sobrenome da mãe do Che, dona Célia.
Ele foi concebido em Caraguatay, distrito de Montecarlo, Província de Misiones, mais ou menos a 1.500 kms. da Capital Federal, no meio de uma floresta muito densa. Naquela época  não havia estradas. A mãe, que queria ter o filho em Buenos Aires, quando sentiu que o dia do parto se aproximava, começou a descer o Rio Paraná numa chalana mas ao chegar em frente à cidade de Rosário a bolsa arrebentou. Então ela desembarcou às pressas e o Che nasceu acidentalmente nessa cidade. No entanto, logo depois da quarentena, voltaram para Caraguatay, que é o lugar que estamos visitando hoje (dia 23 de março de 2014).
Entre os 3 e os 4 anos de idade os pais se deram conta que o menino era portador de asma congênita severa. A floresta tropical, onde predominava a planta da erva mate, provocava-lhe crises fortíssimas de asma. Por isso a família mudou-se para Alta Gracia, uma cidade nas “sierras chicas”, nas cercanias de Córdoba, onde o Che passou o resto de sua infância e adolescência. Há aí um museu muito completo dele, mandado construir pelos Comandantes Fidel Castro e Hugo Chaves.
Antes de engajar-se definitivamente na Revolução Cubana Che fez duas viagens pela América Latina. A primeira foi com seu amigo CALICA, cujo nome verdadeiro era Carlos Ferrer. Conta Calica que ao sair da Argentina e entrar na Bolívia  Che teve um violento ataque de asma, com convulsões indescritíveis. Antes que achassem a bombinha com o bronco dilatador parece que ele ia morrer ali mesmo.
A segunda viagem ele fez de motocicleta com seu amigo Alberto Granado. Andaram 8.000 kms. por todos os países andinos. Ao sair da Guatemala para o México ele conheceu Raul, irmão de Fidel Castro. Dizem que depois de uma conversa de 12 horas aderiu ao grupo que se preparava para invadir Cuba.
Che nunca tinha militado em nenhum partido político. Mas levava sempre na mochila muitos livros de história, filosofia e doutrina marxista. Já nas viagens e até poucas horas antes de morrer sempre manteve um diário, que atualizava todos os dias. Em Cuba foi o primeiro Comandante  nomeado por Fidel. Além da decisiva batalha de Santa Clara, onde conseguiu parar e destruir um trem blindado do governo, demonstrou seu gênio militar em dezenas de combates na Província de Camaguey . Antes de vir para o seu último combate na Bolívia  ainda lutou durante dois anos pela libertação da República Popular do Congo, na África.
Ao visitarmos “El hogar misionero Del Tchê” ( o lar missioneiro do Che) convém relembrar os versos do cantor venezuelano Alí Primera: “OS QUER MORREM PELA VIDA/NÃO PODEM CHAMAR-SE MORTOS/E A PARTIR DESTE MOMENTO/É PROIBIDO CHORÁ-LOS!!!”
Não subiu ao Calvário mas seu sofrimento antes da morte foi tremendo. Dizem que o bronco dilatador havia  acabado e, tendo  destroçado as botas, as solas de seus pés estavam em carne viva. Também não fez o Sermão da Montanha, mas nos deixou algumas frases memoráveis, que queremos recordar agora:
“Boa parte da juventude revolucionária atual  quer ir lutar no Vie-Nam, esse pequeno país que está derrotando o império norteamericano; mas eu penso que o nosso lugar é aqui. Temos que criar um, dois, três, muitos Viet-Nams.”
“Há que endurecer-se, mas sem jamais perder a ternura.”
“O verdadeiro revolucionário é movido por grandes sentimentos de amor.”
“Se você é capaz de tremer de indignação a cada vez que se comete uma injustiça, então somos companheiros.”
ATÉ A VITÓRIA, SEMPRE!!!
                CARAGUATAY, 23 DE MARÇO DE 2014-03-18                       Diógenes Oliveira




               






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