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quarta-feira, 25 de janeiro de 2023

As moças da foto e a Revolta dos Colonos

 


As moças da foto parecem apenas fazer pose. Nada disso. Elas não só participaram de uma revolta como se tornaram símbolo de uma vitória surpreendente. Foi em uma quinta-feira, 10 de outubro de 1957, quando colonos do sudoeste do Paraná ocuparam a cidade de Francisco Beltrão, expulsaram os jagunços que os aterrorizavam e destruíram documentos que tinham sido obrigados a assinar. 

Osvaldo Jansen, o fotógrafo que flagrou as garotas, também registrou a cidade ocupada por cerca de seis mil colonos, armados com o que encontraram à mão: paus, foices, facões, enxadas, machados, revólveres, espingardas. Na ausência do prefeito, eles formaram uma junta governativa. Antes, invadiram o escritório das companhias de terra que haviam instaurado um regime de violência na região.

Os jagunços contratados pelas empresas, que antes espalhavam o terror, foram retirados da cidade em viaturas do Exército. Sim, daquela vez os militares ficaram do lado dos colonos. O que esteve em jogo era uma área de cerca de 450 mil hectares, objeto de disputa entre os governos federal e estadual. Nela, o governo Getúlio Vargas tinha estabelecido em 1943 a Colônia Agrícola General Osório (Cango).

 Quatorze anos depois, os colonos da Cango foram surpreendidos pela ação da Clevelândia Industrial e Territorial (Citla) e duas outras empresas que também se apresentaram como donas da terra. Essas empresas talvez até tivessem conseguido subjugar os colonos se não optassem por contratar jagunços que depredavam, espancavam, estupravam e matavam. A violência generalizada culminou na Revolta dos Colonos.



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